“You
touched my soul!”
“Apesar de colher as batatas da terra, com essa mulher eu vou até pra
guerra.” – trecho esquisito de uma música que fez sucesso há algum tempo
atrás. Alguém entende o que isso quer dizer? Eu também não, no entanto, quando
parei para escrever estranhamente essa frase me veio à mente. Eu disse pra mim mesmo.
Não! Não vou escrever isso. Uma música dessa não merece ser citada no que quero
escrever hoje, mas, é isso mesmo, Wellington: COM VOCE EM VOU ATÉ PRA GUERRA!
AHHH É AMOR! AIAIAI É AMOR! É AMOR! (rsrs) É desse jeito que eu vou começar
esse texto para declarar hoje no dia no seu aniversário, em nosso último dia
aqui nos Estados Unidos o quanto eu gosto de estar com você e de viver com
você. Você é alguém com quem eu iria
para qualquer lugar do mundo. (menos pra guerra rsrs).
Segundo Eric From, Ter ou Ser são dois modos fundamentais de existência. A energia especifica
de cada um determina as diferenças entre o caráter dos indivíduos e das vários
tipos de caráter, Wellington, sua energia pulsa para ser gente e ser em
comunhão com outras pessoas. Nestes
quatro meses pude testemunhar e reafirmar ainda mais o tipo de pessoa que você
é. VOCÊ É TODO COMUNHÃO! E, simplesmente
não sabe e não consegue ser sem estar em comunhão outras pessoas. Com cada
pessoa você tem um jeito especial de ser. Com as mulheres uma elegância e
respeito encantador, com as crianças se faz uma com elas atraindo-as para si. Com os idosos um
tratamento amável e alegre que os fazem sentir-se jovens outra vez. Que língua é essa mesmo que você consegue falar? Com todo inglês que aprendi, não consigo
chegar nem perto da sua capacidade de se comunicar.
Wellington, meu amor, você
não precisa conhecer nenhum idioma com exatidão porque você se comunica para
além dos idiomas. Você possui o dom de se comunicar e ser quem você é em
qualquer lugar do mundo. Sempre inteligente, divertido, gentil, carinhoso. Você
consegue falar um idioma que poucos conseguem aprender e dominar bem. Você fala
a linguagem da sensibilidade, do amor, da alegria e da autenticidade. Você foi
simplesmente a melhor companhia que poderia ter durante esse tempo nos Estados
Unidos. Sua coragem e ousadia equilibrada
com a prudência e responsabilidade me fazem sentir segura em qualquer lugar do
mundo. Com sua autenticidade, e força profética e ao mesmo tempo seu jeito
menino e homem de ser consegue reunir força e fraqueza de uma forma
encantadora.
A despeito do clima, da cultura ou idioma você
conseguiu ser o mesmo Wellington de sempre. Apaixonado e apaixonante! Seu jeito
especial de ser conquistou as pessoas das quais nos aproximamos. O carisma que tem é verdadeiro dom. Lembro a
primeira vez que eu ouvi durante o sabático alguém dizer isso para você. No
primeiro culto onde você havia cantado, com os olhos ainda marejados,
visivelmente tocada, uma mulher apertou sua mão e disse: You touched my soul! (você tocou a
minha alma). E depois muita outras vezes
pude ver e ouvir a mesma coisa. Ver como você tem esse dom de tocar a alma da
gente, talvez porque tudo o que você faz , faz com sua alma. Seja pregando,
cantando, conversando, cozinhando ou até brincando com as crianças. Você faz
tudo com a alma.
Estamos trazendo vários
presentes de crianças: desenhos, barquinho de papel feito com o boletim da
Igreja, moedinhas, tudo isso, presentes dedicados a você por crianças que you touched their soul. Mas, quem
durante um momento de saudação no culto de uma igreja nos Estados unidos iria
primeiro falar com as crianças e depois brincar ali mesmo de quem pisca os
olhos primeiro? Só alguém como você que tem alma de criança. E ainda assim , no
mesmo culto conseguir fazer gente grande chorar como criança? Assim é você! Que
bom que você permanece com sua alma de criança mesmo aos 42 anos. Nem mesmo o
casamento aos 18 anos, a ordenação aos 21, a responsabilidade de ser pai e de
assumir o ministério da IBP com apenas 23 anos conseguiram fazer você abandonar
a alma de criança que tem dentro de você. Que bom que você há muito tempo atrás
decidiu “trocar caixa de ferramenta por caixa de brinquedos”. Foi Rubem Alves
que escreveu isto que está citado abaixo e que me faz lembrar muito o seu jeito
de ser.
“Muitas pessoas não gostam do que escrevo. Dizem que o que eu faço
não é ciência; é literatura. É verdade. Faz tempo que me mudei da caixa de
ferramentas para a caixa dos brinquedos. O que me aborrece é que esses que não
gostam do que escrevo pensam que somente a ciência tem dignidade acadêmica.
Houve mesmo o caso de uma candidata ao mestrado que teve seu projeto recusado
por me citar demais e por propor um assunto que não era científico. Psicóloga e
pedagoga ela sabia por experiência própria do poder do olhar. Há tantos olhares
diferentes! Há o olhar de desprezo, de admiração, de ternura, de ódio, de
vergonha, de alegria... A mãe encosta o filhinho na parede e, a um metro de
distância, lhe estende os braços e diz sorrindo: “Vem”. Encorajada pelo olhar a
criança, que ainda não sabe andar, dá seus primeiros passos. Há olhares que dão
coragem. E há olhares que destroem. Aquele olhar terrível da professora que
olha para a criança de um certo jeito, sem nada dizer. Mas a criança entende o
que o seu olhar está dizendo: “Como você é burra”... Há olhares que emburrecem.
Voltando à metáfora do pênis, há olhares que o tornam impotente, tanto no
sentido literal quanto no sentido metafórico. Acho que era isso que a Adélia
tinha em mente quando escreveu maliciosamente: “E o meu lábio zombeteiro faz a
lança dele refluir...”
Wellington continue
assim trocando “ferramentas por brinquedos”, com esse “jeito zombeteiro” e seu “olhar
de criança”. Foi assim que conseguiu conduzir até hoje sua vida e ministério
com tanta seriedade. Foi assim que você viveu esse quatro meses aqui e foi
assim que conseguiu tocar alma de tanta gente, nestes últimos quatro meses:
Nell e Doris e todo o grupo da terceira idade
da Igreja de kirkwood, que com beijos e abraços lhe diziam: You touched my
soul! Milton, zelador do Eden Seminary que veio nos
atender em casa em pleno domingo de sua folga para resolver um problema no
nosso apartamento, que todos os dias vinha nos visitar, que nos levou para
conhecer a sua casa, sua irmã e o bairro negro onde vivi, que nos trouxe peixes que ele mesmo pescou durante
sua semana de férias , talvez só para
lhe dizer com esses gestos simples: you touched my soul! E agora não podemos esquecer que deixamos um
filho nos Estados Unidos, um filho negro, de quase dois metros de altura ou talvez mais velho que nós que nos chama : Dad e Mom ( papai e mamãe) . Nosso filho
de alma!
Você tocou a alma de todos
os atendentes do supermercado onde fazíamos compras regularmente, caixas e
empacotadores e empacotadoras já lhe conheciam e já lhe cumprimentavam como
velhos amigos. You touched their soul!
E o que dizer deste último final de semana em
Neshville? Além de ver a igreja toda chorando,
inclusive eu, enquanto você cantava, o gesto de John e Carrie, Paul, Joana e
Eiren, a família que nos recebeu em sua casa, que na primeira conversa com você
ficaram tão tocados a ponto de num verdadeiro gesto de carinho de irmão, de
família decidirem lhe dar um presente antecipado e inesperado de
aniversário. Durante a noite, compraram passagem
aérea para trazer irmã Rita Roberts missionária aposentada que mora atualmente na
Carolina do Sul e que foi missionária e viveu por mais de 20 anos em Aracaju, Foi ela quem primeiro deu oportunidade para você
pregar quando tinha somente 16 anos, foi ela quem fez o “drink” do nosso
casamento ( suco de limão com pedaços de maçã). Foi ela quem nos levou
em seu próprio carro com toda nossa mudança de Aracaju para o seminário em Recife em 1989.
John, filho de missionários que são melhores
amigos de Rita Roberts, ouvindo essa história naquela mesma noite preparou tudo e no outro
dia a grande surpresa: Irma Rita chega na casa dele para encontrar conosco. Dessa
vez, Wellington foi sua alma que foi
tocada. Esse gesto conseguiu touch your
soul! Alguém que nos conheceu naquele
dia e de tal forma tão sensível fazer
uma surpresa de aniversário assim, pensei comigo mesma : Esse jovem médico tem alma parecida com a de Wellington,
suas almas se tocaram!
Wellington espero que preserve
sempre esse dom maravilhoso de ser você mesmo e sendo você continue tocando a nossas almas com palavras, canções
, gestos e principalmente com sua vida,
do jeitinho que você é.
Sei que esse texto ficou
uma mistura estranha, não foi? Mas, você
é meio assim como esse texto, uma mistura gostosa de tanta coisa. Mistura que
toca a minha alma. Com essa mistura só queria dizer o quanto te amo e quanto
sou agraciada por viver ao seu lado.
I love you. You touch my soul... and others things more…. Rsrs
Happy birthday to you!
Webster Groves, 01 de
maio de 2012
Odja Barros.